terça-feira, 15 de março de 2011


Esportes de aventura e roteiros ecológicos põem PE na rota do turismo ecológico.


13/03/2011 | 10h06 |           Aventura DIARIO DE PERNAMBUCO


Esportes de aventura e roteiros ecológicos põem PE na rota do turismo ecológico.
Rapel, canoagem, mergulho, escalada, voo livre, trilha. Até agora são 24 atividades listadas entre as práticas consideradas turismo de aventura no Brasil. A estimativa é que cerca de 5,3 milhões de pessoas por ano viagem em busca de diversão ao ar livre, que envolva alguma atividade esportiva, com riscos controlados (as consideradas turismo ecológico e de aventura).

Segundo dados da Abeta (Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura), as cerca de 2 mil empresas que atuam no segmento faturam algo em torno de R$ 515 milhões por ano. O Nordeste é a região mais procurada por estes visitantes, com 32% da preferência, segundo pesquisa realizada pela Abeta em 2010. O Sudeste aparece na segunda colocação, com 25% dos interessados.

Apesar do potencial para a prática de várias modalidades, no estado o segmento ainda engatinha, com destaque para o mergulho entre as mais organizadas e reconhecidas. Afinal, Pernambuco tem um dos melhores pontospara mergulhar do mundo: a ilha de Fernando de Noronha.

Acredito que ainda não caiu a ficha totalmente sobre a importância do turismo de aventura para o estado, principalmente para o interior. Durante muitos anos, o Nordeste e Pernambuco investiram apenas no turismo de sol e praia - algo que é possível encontrar em vários lugares do mundo e por toda a costa brasileira`, considera Patrick Muller, diretor de comercialização nacional da Abeta.

Ele ressalta que o turista de aventura tem um perfil mais fiel, não é tão ligado à sazonalidade - viaja em épocas variadas - e acaba gastando um pouco mais do que o visitante de lazer. Com um público normalmente interessado em cultura e esportes, com maior escolaridade, o turismo de aventura atrai um visitante diferenciado, interessado em conservar o destino e não apenas explorá-lo. Segundo pesquisa divulgada pela Abeta em 2010, a maioria (48%) é solteira, com curso superior incompleto (31%), completo (27%) e pós-graduada (13%).

Muller reconhece que até a criação da Abeta, há poucos anos, não se tinha uma visão de explorar o turismo de aventura como várias modalidades complementares e que os praticantes de cada uma acabavam se organizando isoladamente. Daí também o pouco conhecimento sobre as possibilidades que Pernambuco possui neste segmento.

Atrativos no campo


Diante da dificuldade de mobilizar os empresários e fomentar o turismo de aventura nas cidades do interior - onde várias modalidades são realizadas - o governo estadual tem apostado no turismo rural como forma de atrair também o público em busca de aventura. Gravatá, Bonito, São Benedito do Sul, Taquaritinga do Norte e Buíque são alguns dos municípios que se destacam neste cenário em Pernambuco. Caminhadas, escaladas, voo livre e cachoeiras fazem parte dos roteiros.

Estamos colocando uma equipe em campo para começar um trabalho de incentivo. Porque não podemos divulgar os destinos sem ter certeza da infraestrutura e da capacidade de atender os visitantes seguindo todas as regras de segurança. A precipitação pode até ′queimar` um destino com grande potencial`, explica Luciana Carvalho, vice-presidente da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur).

A Abeta informa que existem no estado 308 empresas associadas que trabalham com algum tipo de atividade relacionada ao ecoturismo e ao turismo de aventura. Destas, apenas uma, em Fernando de Noronha, está certificada de acordo com as exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Outras duas, que como a anterior são ligadas à atividade de mergulho (em Porto de Galinhas e em Noronha), estão em fase de certificação.

Patrick Muller lembra que a certificação não é obrigatória, mas dá credibilidade às empresas que oferecem os serviços. ´Estamos mais adiantados no contato com os empresários que atuam direcionados para o turismo rural e que acabam oferecendo atividades. Entre elas, a cavalgada, o arvorismo e o canyoing. O pessoal que trabalha com o turismo rural aqui está um passo à frente quando se trata de turismo de aventura`, considera Luciana Carvalho.



Principais modalidades praticadas por turistas aventureiros no Brasil

- Passeios de bugues e cavalgadas (36%)
- Caminhadas (31%)
- Tirolesa, observação da vida selvagem, mergulho, canoagem ou caiaque (20%)
- Espeleoturismo (exploração de grutas e cavernas), passeios em veículos 4X4, arvorismo, rafting, flutuação, quadriciclo, boiacross, cicloturismo e rapel (10%)
- Canionismo/cachoeirismo, escalada, bungee jump, voo livre, paraquedismo,windsurfe, balonismo e kite surfe ( menos de 10%)


Regiões mais procuradas:

Nordeste - 32%
Sudeste - 25%
Centro-Oeste - 13%
Sul - 9%
Norte - 9%

Estimativa de empresas (Brasil) - 2.067

Clientes atendidos por ano - 5,3 milhões
Faturamento total do mercado - R$ 515 milhões
Pessoal envolvido em períodos normais - 15.585
Pessoal envolvido na alta temporada - 22.489

Fonte: Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura(Abeta)

Locais referência em Pernambuco:


Trilhas:
Gravatá (Agreste) - trilhas (a pé e de bicicleta)
Cabo de Santo Agostinho (Mata Sul) - trilhas de bicicleta

Ecoturismo:

Ecoturismo (Refúgio Ecológico Charles Darwin)
Igarassu (Mata Norte)

Canyoning:


Bonito (Agreste) - canyoning e rapel
Primavera (Mata Sul) - canyoning (Cachoeira do Urubu)
Venturosa (Agreste) - canyoning (Cachoeira do Repolho)
Triunfo (Sertao) - canyoning
São Benedito do Sul - canyoning

Voo livre:


Taquaritinga do Norte - Serra da Taquara; 2º ponto mais alto do estado, com1,60 metros de altitude. Lá ocorre o Circuito de Asa Delta, em novembro;
Aliança e Timbaúba - Morro dos Pombos, na Serra das Russas; 560 metros de altitude

Fonte: Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur)

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